Taxistas estão sem tempo para aprender inglês

Avaliação da Belotur é de que taxistas tenham conhecimento básico de outra língua para conversar com turistas, mas mesmo assim eles resistem (CRISTINA HORTA/EM/D.A PRESS)

Com a expectativa de que novos taxistas entrem no mercado em BeloHorizonte às vésperas da Copa das Confederações, aumenta a dúvida sobre apreparação desses profissionais para atender os turistas que vierem aBH para assistir a três jogos do evento. A principal justificativa é afalta de tempo para fazer qualquer curso. E, se o domínio de um segundoidioma está praticamente descartado, a preocupação agora é que elesatendam bem aos visitantes. No ano passado, 631 pessoas formalizaramreclamações na BHTrans por comportamento inadequado dos taxistas, número21,81% maior que o registrado em 2010.

De acordo com a assessorade qualificação profissional da Belotur, Neuma Horta, é uma ilusãoachar que qualquer classe terá fluência de outra língua até o ano quevem. “O que queremos é que eles tenham o mínimo de conhecimento, que nãoentrem em pânico, que eles saibam responder que não têm fluêncianaquela língua, mas tentem ajudar. Ou tenham um livro de perguntas erespostas por perto, que estabeleçam um mínimo de comunicação e oturista veja que o profissional vai tentar atender às necessidadesdele”, afirmou.

Aguinaldo de Paula França tem 35 anos e há 10atua como taxista em BH. Ele acha importante falar outra língua, masavalia que cada minuto na rua é fundamental para ter um retornofinanceiro. Ele diz que a falta de tempo é a alegação geral entre acategoria. “A maioria prefere gastar o tempo livre com a família,descansando.” Segundo ele, a cooperativa da qual é associado já propôscontratar um professor para dar aulas e disponibilizar uma sala, mas nãohouve interesse. “Os donos de táxis não querem e os auxiliares preferemficar na rua para ganhar”, disse. Aguinaldo revela que não é raro acentral chamar pelo rádio por alguém que saiba falar inglês. “É muitodifícil ter um que saiba. Os que têm essa qualificação vão para oserviço vip.”

Há 30 anos na praça, o taxista Daniel Saraiva, de50, diz que em outros grandes eventos na capital procurou por cursos delínguas e acha que não valeu a pena. “Os turistas já vêm preparados, comcarros alugados, não vêm dependendo de taxista. Vou tentar tratar osturistas da melhor forma, mas não vou procurar curso nenhum. Em apenasum mês todos conseguem se virar.”

Segundo Neuma Horta, o problemarelatado pelos taxistas é comum em todo o país. “Temos conversado comas secretarias das outras cidades-sede e vimos que é um dos públicosmais difíceis de atingir. Na visão deles, se saem para se qualificarestão deixando de ganhar dinheiro, não veem como um investimento. Otaxista entende que só vai ganhar dinheiro se estiver na rua, nãoenxerga como uma melhoria para a qualidade do seu trabalho. E é umacultura que não se muda da noite para o dia, não é fácilsensibilizá-los”, afirma.

De acordo com a assessora, todomotorista que começa a trabalhar na capital tem que passar por um cursoobrigatório no Sest/Senat. São 50 horas de aulas sobre como se vestir,atender bem o público, marketing pessoal, informações turísticas daregião e também direção defensiva. A reciclagem é feita a cada cincoanos e tem 25 horas no total. Além deste que é exigência da BHTrans,Neuma Horta lembra que os profissionais que queiram melhorar o currículopodem procurar os cursos gratuitos oferecidos em parceria com o Sebrae eMinistério do Turismo. O presidente do Sindicato dos Taxistas(Sincavir), Dirceu Efigênio Reis, afirmou que se preocupa com a questão eapoia as ações de aperfeiçoamento ministradas no Sest/Senat e peloComitê Executivo Municipal para a Copa’2014.

Fonte: http://www.orfury.com.br/blog/5240/taxistas-estao-sem-tempo-para-aprender-ingles.html

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